Sediada na cidade suíça de Saint-Imier, na Suíça, e fundada por Auguste Agassiz em 1832, a Longines é uma empresa fabricante de relógios de luxo que atualmente pertence ao Swatch Group Ltd..
O seu tradicional logotipo – uma ampulheta alada – é o mais antigo símbolo oficialmente registrado na indústria relojoeira.
Esta famosa e tradicional relojoaria suíça tem sua história relacionada aos esportes, à aviação e ao espírito aventureiro e pioneirismo, e seu conhecimento técnico baseia-se na tradição, elegância e busca por desempenho e precisão. De sua fábrica, nasceram muitas inovações que mudariam a história da relojoaria.
As origens da Longines estão intimamente ligadas a dois nomes – Auguste Agassiz e Ernest Francillon, seu sobrinho. Contaremos a seguir a história desta empresa.
O início da história – uma pequena relojoaria em Saint-Imier
A empresa nasceu de uma viagem de negócios feita por Auguste Agassiz, irmão do famoso naturalista Louis Agassiz, em sua juventude. Nesta época, o jovem Agassiz, nascido em 1809, trabalhava junto ao seu tio em Neuchâtel, que o enviou para a região da Jura Suíça, onde encontrou Henri Raiguel. Impressionado com a capacidade do jovem, no final da viagem, Raiguel fez uma proposta a Agassiz, que mudaria a história da relojoaria – convidou-o a ser seu parceiro em sua Comptoir d’Etablissage. Diante daquela proposta, Auguste Agassiz, com 23 anos de idade na época, não pensou duas vezes, ingressando no negócio relojoeiro em 14 de agosto de 1832. A empresa se localizava na aldeia de Saint-Imier, na região da Jura Bernois, no Canton de Bern, na Suíça, e se chamava “Comptoir Horloger Raiguel Jeune”.
Na época, a produção de relógios se baseava no sistema établissage, no qual os relojoeiros e artesãos altamente especializados trabalhavam de forma independente, em suas próprias casas, em pequenas fazendas da montanha, e forneciam seus produtos para os escritórios comerciais – os Comptoirs. Mensageiros levavam os componentes pré-montados aos relojoeiros na região da Jura francesa ou suíça, e retornavam despois de algumas semanas ou meses para buscar os artigos finalizados efetuar seu pagamento. A seguir, estes componentes seguiam para os Comptoir onde os movimentos seriam finalizados, montando-se os ponteiros e mostradores, para então, serem comercializados.
Após alguns meses, em 25 de fevereiro de 1833, a união entre Agassiz e os dois sócios anteriores da empresa, Raiguel Jeune e Florian Morel, foi formalizada, fundando-se a “Raiguel Jeune & Co.”, para fabricação e comercialização de relógios. Em novembro de 1838, com a aposentadoria de Raiguel, Agassiz assumiu a gestão da empresa, renomeando-a como ”Agassiz & Compagnie”.
O rigor com a qualidade de construção e a habilidade comercial de Agassiz trouxe resultados. Os relógios com escapamento de cilindro fabricados pela empresa atingiram excelente reputação. Agassiz construiu uma rede de contatos comerciais, o que lhe permitiu vender os seus relógios em outros continentes, em particular na América do Norte, onde tinha contatos familiares, com grande sucesso.
Em 31 de dezembro de 1846, Florian Morel deixou a empresa, e Agassiz assumiu totalmente a gestão do Comptoir. Contudo, após o falecimento de sua esposa e com o declínio da própria saúde, Agassiz optou por se mudar para Lausanne no início da década de 1850, delegando a gestão da empresa para Edouard Savoye.
Entra Francillion
A década de 1850 é marcada pelo ingresso do sobrinho de Agassiz – Ernest Francillon – na gestão do Comptoir, um fato que não só marcaria a história da empresa, mas também resultaria em um importante legado para a relojoaria moderna.
Ernest Francillion nasceu em Lausanne em 10 de julho de 1834. Mudou-se para Stuttgart para aprender alemão, onde também estudou contabilidade e economia, como objetivo de, posteriormente, assumir os prósperos negócios de sua família, no setor de bens domésticos e artigos de ferro. Porém, o estado de saúde de Agassiz motivou o pai de Francillon a enviá-lo à Saint-Imier para ajudá-lo.
Francillon chegou em Saint-Imier no verão de 1852, atuando inicialmente nos escritórios do Comptoir. Em junho de 1853, mudou-se para Môtiers em Val-de-Travers, com o objetivo de aprender os detalhes da fabricação e venda de relógios. Em 1854, retorna à Saint-Imier, assumindo o gerenciamento da Agassiz & Cie., onde trabalhou sob a égide do diretor Edouard Savoye, de quem também era parente.
Sua habilidade no gerenciamento dos processos da empresa e seu espírito visionário geraram frutos – em 1861, a estrutura do antigo modelo de negócio da empresa foi completamente dissolvida, e no ano seguinte, Francillon assumiu definitivamente a gestão da empresa, que finalmente começou a ser conduzida conforme seus preceitos. Com isto, na manhã de 01 de julho de 1862, uma nova placa surgiu em frente ao endereço do Comptoir, na Rua Agassiz, 11, onde se lia: “Ancienne Maison Auguste Agassiz, Ernest Francillon, Successeur.” (Antiga Casa Auguste Agassiz, Ernest Francillon, Sucessor).
Ao assumir tal responsabilidade, Francillon considerou diversas maneiras de aperfeiçoar os métodos de produção utilizados na fabricação de seus relógios, principalmente tentando eliminar as deficiências da relojoaria no estilo “Comptoir”, que incluíam atrasos, controle deficiente de qualidade, e problemas no gerenciamento de peças de estoque.
Com base na experiência adquirida, Francillon chegou à conclusão de que seria vantajoso reunir as diferentes fases da fabricação de um relógio sob o mesmo teto, substituindo o processo de produção predominantemente artesanal das peças individuais pela precisão oferecida pela produção em série. Esta mudança também resolveria o problema dos atrasos decorrentes da espera pela chegada de componentes e movimentos.
Durante esta fase, Francillon contou com a colaboração de seu tio, que contribuiu não somente com conselhos, mas também com ações da empresa no valor de centenas de milhares de francos suíços.
Nasce uma fábrica nos longos prados de Saint-Imier.
Para unificar o processo produtivo, seria necessário construir uma nova fábrica. Os primeiros passos para este projeto foram concretizados com a aquisição, em março de 1866, de duas propriedades vizinhas, localizadas na margem direita do rio Suze, que atravessa o vale de Saint-Imier e que forneceria energia às turbinas da futura fábrica.
Este local era conhecido regionalmente como “Les Longines” (os longos prados). Este nome acabou sendo adotado por Francillon para designar a fábrica que seria construída neste local.
Para a construção de seu projeto, Francillon contou com a ajuda de mais um familiar – Jacques David de Saint-Quentim, um jovem engenheiro ao qual foi atribuída a missão de desenvolver as máquinas necessárias para a mecanização do processo de fabricação dos relógios da empresa, auxiliado por Edouard Châtelain, um talentoso relojoeiro.
Durante a construção da fábrica, Francillon alternava-se entre as obras e o antigo Comptoir, que continuava funcionando a todo vapor. Os relógios fabricados até então eram, na sua maioria, do tipo Lepines, com escapamentos de cilindro. Porém progressivamente, os escapamentos de alavanca vinham adquirindo maior importância na relojoaria. Os relógios de pequenas dimensões, com movimentos de 12-, 13- e 14-lignes também faziam relativo sucesso, sobretudo em modelos femininos.
Neste momento, cabe uma pausa para explicar o termo lignes. Trata-se de uma unidade de medida francesa utilizada antes que este país adotasse o sistema métrico, no século XVIII. Porém, esta unidade ainda é usada na França e na relojoaria suíça para designar o tamanho do movimento do relógio. 1 ligne= 2,2558291 mm; e 1mm= 0,443296 ligne.
Outro objetivo de Francillon ao revisar o processo de produção de relógios da empresa era o de eliminar a chave de corda. Este dispositivo existia desde 1820, e correspondia a uma chave especial, que deveria ser encaixada no relógio para que se pudesse dar corda no mesmo. Francillon queria integrar este mecanismo aos relógios de baixo custo. Em 1867, ele atingiu sua intenção – todos os movimentos fabricados pela empresa dispensavam o uso desta chave.
No final de 1867, a construção da fábrica foi concluída, e em março de 1868, as máquinas começaram a funcionar. Para garantir que a fábrica funcionasse a pleno vapor, foi necessário construir uma segunda turbina, e também, um segundo edifício junto à primeira turbina. Com isto, a antiga Comptoir da rua Agassiz foi fechada, e Francillon e mais 40 funcionarios se instalaram definitivamente no novo e opulento edifício.
Agassiz continuava indiretamente envolvido com alguns dos processos gerenciais da empresa, porém, convencido por Francillon e David, manteve sua parceria limitada.
O nascimento da ampulheta alada
Os anos que se seguiram não foram fáceis, porém, a empresa conseguiu ter seus novos relógios reconhecidos como produtos da mais alta qualidade. Contudo, o sucesso também atraiu falsificadores. Uma das maneiras escolhidas pela empresa para se defender das cópias de baixa qualidade foi diferenciar seus produtos utilizando um símbolo de uma ampulheta alada, escolhido por Ernest Francillon e utilizados a partir de 1867. Até os dias de hoje, este símbolo se encontra estampado nos movimentos, mostradores e caixas dos relógios da companhia, junto com o nome Longines.
Também em 1867, a empresa produziu seu primeiro movimento próprio – o 20A. Este calibre de 20 lignes tem um escapamento de âncora, bem como um pêndulo de enrolamento, e foi premiado com uma medalha de bronze na Exposição Universal de Paris em 1867.
A revolução no processo produtivo
Em 1875, Francillon participou da fundação da “Société Intercantonale des Industries du Jura”. Nesta época, os relógios norte-americanos vinham crescendo em importância no mercado relojoeiro. Ciente disto, a Société enviou uma comissão chefiada por David para a feira New World de 1876, que ocorreu na Filadélfia em homenagem ao primeiro centenário da independência norte-americana.
Esta visita foi impactante. David retornou de viagem com inúmeros diagramas e anotações, mostrando os métodos inovadores utilizados nos EUA, e prontamente implementados por Francillon, tornando a Longines uma das empresas pioneiras na mecanização do processo de fabricação de relógios. Uma reprodução destes registros foi publicada pela Longines em edição fac-símile em 1992. Este relatório é considerado como sendo o catalisador para a industrialização da relojoaria suíça que, na época, ainda era predominantemente baseada no sistema de établissage.
A data de 25 de fevereiro de 1877 marca um triste momento para a empresa, com a morte de Agassiz. Contudo, o seu legado perdurou na empresa através de Francillon, que conseguiu preservar o relacionamento empresarial com os herdeiros de Agassiz, mantendo-se responsável pelo gerenciamento da empresa.
Em 1878, como resultado dos novos procedimentos mecânicos e aperfeiçoamentos na produção implementados após a viagem de David, a Longines produz um movimento de cronógrafo simples, o calibre 20H, patenteado pelo relojoeiro Alfred Lugrin, do tipo “single push-piece”. Este foi o primeiro mecanismo fabricado pela Longines para aferição precisa de tempo, área na qual a empresa investiria fortemente nos próximos anos, e que se tornaria uma de suas marcas. Estes novos cronógrafos foram utilizados para medição de tempo em competições esportivas. A associação da marca com as corridas se tornou tão forte que, nos primeiros anúncios deste cronógrafo publicados pela empresa em 1881, figuravam as corridas de cavalos.
A coleção de relógios e cronógrafos de 1878 mostrou-se um sucesso na exposição mundial em Paris, ganhando muitas medalhas, e consequentemente, muitas encomendas. O aumento de demanda obrigou Francillon a aumentar a produção, expandindo a fábrica em 1879 com uma até então inédita turbina a vapor, em complementação às turbinas hidráulicas já existentes. Com isto, a empresa passou a produzir também suas próprias caixas de relógio em prata, o que trouxe independência completa dos sempre atrasados fornecedores de caixas. Nesta época, o calibre Lepine 18 L também era extremamente popular, e apesar da expansão da produção, esta não atendia sua demanda, inclusive nos EUA.
O registro da marca
Em 19 de julho de 1880, a marca Longines e o logotipo da ampulheta alada, utilizados desde 1867, foram finalmente registrados no Swiss Federal Office of Intelectual Property, atualmente conhecido como *World Intellectual Property Organization. A formalização do registro da ampulheta alada ocorreu em 1889. Atualmente, a Longines possui a marca-logotipo mais antigos e ainda em uso em sua forma original registrados na World Intellectual Property Organization (WIPO). Em 1893, a marca e o logotipo tem sua propriedade intelectual arquivado na Bureaux Internationaux Réunis pour la Protection de la Propriété Intellectuelle (precursora da WIPO), o que garantiria a proteção da marca no mundo inteiro.
Os relógios da empresa foram premiados na Exposição de Zurique em 1883, em reconhecimento aos métodos pioneiros na produção de relógio, além de seus produtos inovadores e de acabamento meticuloso.
Os primeiros cronômetros da empresa
A vocação esportiva dos cronógrafos da empresa tornou-se evidente. Os cronógrafos eram comprados por apostadores de corridas, pelos espectadores e por todos os envolvidos no esporte – os compradores em busca de futuros campeões, os pilotos com o objetivo de melhorar seu desempenho e pelas escolas de equitação. Em 1886, a Longines fornecia seus cronógrafos à maioria dos dirigentes esportivos de Nova York. Todo este sucesso pode ser creditado em boa parte às realizações de David. Este fato foi reconhecido por Francillon, que o convidou a participar do Conselho de Administração da empresa.
A Longines pagou os herdeiros de Agassiz em 1886, depois do qual a empresa pode se transformar de uma Sociedade Anônima (Joint Stock Company) em uma Colletive Company, segundo os critérios da legislação suíça. O objetivo da empresa era construir relógios precisos. Para isto, convidaram Arnold Vuille-Roulet, cujos trabalhos foram inscritos em competições no Neuchatel Observatory. A coleção da empresa naquela ocasião incluía relógios de bolso com caixas de ouro, prata e níquel, em tamanhos masculinos e femininos.
Em 1888, após a mecanização de sua produção, a Longines passou a se envolver no desenvolvimento de cronômetros de alta precisão, produzindo o seu primeiro movimento para um cronômetro certificado – o calibre 21.59. Este cronometro é baseado no calibre desenvolvido em 1878, reestruturado para melhorar a sua precisão.
O crescimento no mercado americano
Devido às restrições de importação no mercado norte americano, a Longines exportava somente os movimentos de seus relógios aos Estados Unidos, cuja montagem era finalizada pelos irmãos Albert e Louis Wittnauer, que posteriormente fundariam a empresa “A. Wittnauer & Co.” em 1904, o que alavancaria ainda mais os relógios da Longines nos EUA. Nesta época, a relojoaria de *Saint-Imier” já havia alcançado um grande prestígio no altamente lucrativo segmento de relógios de alta qualidade. Além disto, a empresa desenvolvera um novo calibre circular, que contava com um escapamento de alavanca. O tamanho reduzido deste movimento, com apenas 20 mm, tornou-o uma escolha natural para uso em relógios pingentes para senhoras, que eram muito populares naquela época, e posteriormente, integrariam os relógios de pulso da empresa.
O espírito pioneiro da empresa começa a despontar – porém, com mais uma triste notícia
Em 1896, a confiabilidade e a vocação esportiva os relógios da marca obtiveram mais uma conquista – a Longines forneceu os relógios na primeira Olimpíada moderna, realizados naquele ano.
Em 1899, os relógios cronógrafos da empresa foram utilizados pelo explorador Louis Amédée de Savoie, o Duque de Abruzzi, em sua expedição ao polo norte, sendo utilizados para calcular sua longitude no extremo norte, resistindo às extremas temperaturas do Artico. Este feito resultou em uma excelente propaganda aos relógios da marca.
A empresa foi agraciada com o Grand Prix (prêmio máximo) da exposição de Paris, concedido ao melhor relógio – o “La Renommee”, que era equipado com o calibre cronógrafo 21.59. Infelizmente, Francillon não pode ver este triunfo, pois falecera de gripe no dia 03 de abril de 1900, um pouco antes desta premiação.
As escolhas feitas por Francillon em centralizar o processo produtivo mostraram-se acertados, e a fabrica se expandiu continuamente até o primeiro terço do século 20.
Superando a perda de Francillon – o começo do século XX
Com a morte de Francillon, a gestão da empresa foi assumida por Jacques David, Baptiste Savoye e Louis Gagnebin. Mesmo diante da grande responsabilidade de suceder o legado de Francillon, o trio mostrou seu valor. Os cronógrafos desenvolvidos pela empresa foram acreditados em 1905 após testes cronômetros do Observatório Neuchatel, além de serem agraciados com diversos prêmios posteriormente.
A estratégia de oferecer relógios de alta precisão a preços acessíveis provou ser acertada. Naquela ocasião, a empresa já contava com 800 funcionários, com produção de 122 mil relógios por ano, enquanto que, 10 anos antes, a produção se restringia a 39 mil.
A crescente demanda resultou em atrasos, e em 1905, a empresa expandiu-se para a margem esquerda do rio, com a construção de um novo prédio. Em 1907, Adrien Francillon, o sobrinho de Ernest Francillon, mudou-se para Saint-Imier para assumir um cargo na gestão da empresa. A empresa continuou expandindo seus negócios, com encomendas crescentes de empresas ferroviárias.
O prestígio da marca também não parou de crescer, principalmente após a concessão do primeiro prêmio do Observatório Naval de Washington, após testar dois relógios de convés (deck watches) e confirmar seu excelente desempenho após submetê-los a condições severas. Outras primeiras colocações em diversas premiações, como as do Observatório de Neuchâtel, de Genebra e de Kew Teddington consolidaram a marca e impulsionaram as vendas.
Os anos pré-guerra
Nos cinco anos anteriores à Primeira Guerra Mundial, as encomendas quadruplicaram. Em 1912, a empresa contava com 1.167 funcionários. Neste ano, o primeiro sistema de cronometragem esportiva eletromecânica – que utilizava fios que, ao serem quebrados, iniciavam ou paravam o relógio – foi utilizado no Federal Gymnastic Festival, na Basiléia.
Em 1913, a Longines desenvolve seu primeiro calibre de um relógio de pulso com uma única peça de impulsão: o 13.33Z. Este movimento de qualidade superior possui 29 mm de diâmetro e inclui um contador instantâneo de 30 minutos, com precisão de um quinto de segundo. Em 1916, a empresa começou a apresentar relógios em formatos diferentes, com calibres ovais e retangulares para relógios de pulso.
Mesmo nos duros anos de guerra, as vendas da empresa mantiveram-se estáveis. Em 1919, a Longines passou a ser a empresa fornecedora oficial da Federação Internacional de Aeronáutica. Esta parceria refletia a vocação da empresa de relógios de precisão, utilizados pelos pioneiros da aviação. Contaremos um pouco mais desta história mais adiante.
As premiações continuaram a ser concedidas – em 1925, a empresa foi premiada na Exposição de Artes Aplicadas de Paris, e em 1926, na Exposição Mundial da Filadélfia.
O vôo da ampulheta alada
A precisão dos relógios da empresa e sua confiabilidade os tornaram uma escolha natural para pilotos de aviões e também, de expedições de investigação científica. O trabalho do diretor da Longines nos EUA – John P.V. Heinmuller – foi crucial para a consolidação da marca neste nicho, com novos recordes estabelecidos pelos aviadores aventureiros que utilizavam os relógios da marca.
Em 1927, o oficial da Marinha dos EUA Philip Van Horn Weems desenvolve o ‘Sistema Weems de Navegação’, uma série de dispositivos de navegação, com base no qual ele e a Longines desenvolveram um relógio de disco rotativo, que permitia ao usuário sincronizar o ponteiro de segundos com um sinal de GMT, essencial para a navegação. Estes relógios foram designados como “Longines Weems Second-Setting Watch”, e patenteados em 1935. Este relógio ainda é produzido, e faz parte da coleção Heritage.
Neste contexto, nasceu uma famosa parceria que marcaria a história da relojoaria.
Charles Lindbergh se tornou um famoso piloto após realiar um vôo transatlântico sem paradas de Nova York a Paris em 1927. Este intrépido piloto compartilhou sua experiência adquirida com a Longines, e desta parceira, nasceu em 1931 o famoso relógio “Hour-Angle Watch”, baseado no modelo Weems de 1927. Utilizado em conjunto com um sextante e um almanaque náutico, este relógio permite ao aviador calcular sua longitude que, quando combinada à latitude, dá a localização geográfica exata do piloto. Este relógio exerceu enorme influência na época, e ainda é produzido na coleção Heritage, com o nome de “Lindbergh Hour-Angle Watch”.
1929 – um ano conturbado
O espírito aventureiro da Longines continuou forte nos anos seguintes. Em 1929, os relógios da empresa acompanharam o comandante Byrd e seus homens na sua espetacular expedição ao Polo Sul, resistindo às extremas condições climáticas da Antártica. Os relógios da empresa continuaram a ser premiados, e seu mercado se expandiu aos países de língua espanhola na América do Sul.
Contudo, em outubro de 1929, ocorreu um fato que balançaria com o mercado mundial – o Crash da Bolsa de Nova York. Os efeitos da crise foram epidêmicos, espalhando-se rapidamente em toda a Europa – inclusive a Suiça e sua indústria relojoeira. A Longines também foi afetada, porém, apesar dos anos difíceis, conseguiu superar a crise, investindo em modernização de seus processos e aumento da qualidade de produção.
Superando a crise
Em 1936, a fundação da Longines-Wittnauer em Nova York em 1936 ajudou a restaurar o antigo dinamismo da marca no mercado americano. Também contribuiu para a retomada do prestígio da marca o famoso vôo de volta ao mundo, realizada em 1938 pelo piloto Howard R. Hughes com um avião equipado com os relógios da marca. Para esta viagem, a empresa produziu dois instrumentos especiais – um cronômetro com função de parada de segundos, e o lendário “Siderograph”, os quais facilitaram a tarefa de determinar a posição momentânea de uma aeronave. O “Siderograph” utilizava o movimento 21.29 de alta precisão, que permite estabelecer a posição em relação a Greenwich expressa em graus, minutos e frações de minutos de arco. O mercado da aviação estava em ascenção, e a demanda por estes relógios foi enorme.
Também em 1936, a Longines produz o lendário calibre 13ZN, um dos mais notáveis de sua história, e produzido em várias versões. Este relógio, com um calibre de “24-line”, contava com um contador semi-instantâneo de 30 minutos com ponteiro “flyback” (que retornava automaticamente à sua posição original), ou um contador contínuo de 60 minutos, com ou sem retorno automático de ponteiro, e outro com contagem de precisão de centésimos de segundo.
A Segunda Guerra Mundial
Em 1939, a Europa ingressava em mais uma guerra de proporções continentais. As hostilidades da guerra exigiram muita criatividade para que a empresa conseguisse manter suas exportações. Um exemplo das soluções da empresa para este problema foi a forma como seus relógios eram exportados à república Checa. Os relógios eram enviados escondidos dentro de Bíblias ocas. Ao chegar ao seu destino, o receptor retirava os relógios, colocava ouro dentro da cavidade e reenviava a Bíblia de volta, escrevendo na embalagem “Entrega não aceita – retornar ao remetente”. Graças a estes artifícios, a empresa conseguiu sobreviver aos duros anos de guerra. Neste período, a empresa também desenvolveu técnicas para fabricação de relógios a prova d’água, além de renovar seu parque industrial, tornando os processos de fabricação das minúsculas peças de seus relógios mais precisas.
Com isto, mesmo antes do término da guerra, a Longines manteve-se como um forte concorrente em competições de cronômetros, obtendo diversas premiações nos anos seguintes.
Os anos pós-guerra
Em 1945, a empresa lança o seu primeiro movimento mecânico automático, o 22A 13-ligne, cuja produção em larga escala se mostrou um grande desafio. Neste relógio, havia um rotor que enrolava a mola principal em ambos os sentidos de rotação.
Em 1946, ocorreu a estréia do Vibrograph, que controlava a taxa de relógios. A demanda pelos produtos da empresa tornou-se cada vez maior, o que permitiu a recontratação de funcionários demitidos durante a guerra, e a ampliação da fábrica em 1947. Neste ano, o departamento técnico desenvolve um novo movimento mecânico de corda manual com uma função de cronógrafo, o 30CH.
Em 1950, foi estabelecida uma conexão direta entre o Observatório de Neuchâtel e a empresa, permitindo que a Longines recebesse continuamente o horário preciso. Nesta época, foram desenvolvidos os relógios Longines Twenty-Four Hours, projetados especificamente aos pilotos da Swissair, que ainda são fabricados pela empresa, integrando a coleção Heritage.
Em 1955, a empresa desenvolveu um laboratório próprio, onde metais, molas de balanço, lubrificantes e as demais peças dos relógios poderiam ser submetidos a testes rigorosos. Neste mesmo ano, os arquivos da empresa foram reorganizados – desde os primeiros anos, a empresa tem preservado seus livros de fabricação, de forma que o calibre, o tipo e peso da caixa de todos os relógios da Longines podem ser identificados pelo seu número de fabricação, registrados nestes livros.
A revolução do Quartzo
Em outro laboratório da empresa, alguns especialistas trabalhavam em uma nova tecnologia – o relógio de quartzo.O resultado desta pesquisa foi apresentado em 1954, ano da estréia do primeiro relógio de quartzo transportável desenvolvido pela empresa, com um volume de 21,6 decímetros cúbicos, e construído com uso de válvulas. Sua precisão alcançava os centésimos de segundos, e os testes ao qual este relógio foi submetido na época trouxeram resultados impressionantes quanto à sua precisão. Segundo o relatório do Observatório de Neuchâtel, “depois de 24 horas de operação, o desvio da taxa foi igual a zero”.
Desta pesquisa, foi lançado no mesmo ano o Chronocinégines, que incluia uma câmara de 16 milímetros ligado a um relógio de quartzo. Com isto, este dispositivo permitia registrar imagens fixas a cada centésimo de segundo, sendo utilizado pelas autoridades esportivas para determinar o tempo preciso de cruzamento de linha de chegada pelos atletas em competições esportivas.
Ainda em 1956, a Longines lança sua coleção Conquest, alinhada com sua nova estratégia de desenvolvimento de produtos. Neste ano, surge também o calibre 14.17 automático, direcionado a relógios femininos. Em 1957, é lançada a coleção Flagship, que conta com uma caravela gravada no fundo da caixa.
Em 1958, surge o calibre 290, com um indicador de reserva de marcha. Os calibres 291 ao 294 tinham o mostrador de reserva de marcha na posição “12” horas. O calibre 294, com diâmetro de 11 1/2 ligne e 6 milímetros de altura, também incluía um disco central e um anel calibrado rotativo, o que otimizava a leitura das horas. Além disto, o ponteiro de segundos era centralizado junto aos ponteiros de horas e minutos, uma novidade para época. Esta linha de relógios apresentava um eficiente sistema de enrolamento automático, incluindo um alternador com rodas de catraca (ratchet-whell alternator) inteligentemente concebido, que permitia que sua mola principal acumulasse reserva de energia suficiente para 45 horas de funcionamento.
Em 1959, a empresa lança o calibre 360, de formato retangular, com uma grande mola de barril e um “wide sprung balance” oscilando a uma frequência de 36.000 vibrações por hora. Com isto, este relógio de pulso atinge novos recordes de precisão, sendo premiado pelo Observatório de Neuchâtel.
Em 1960, a linha Flagshp recebeu uma atualização, passando a contar com o novo calibre 340. Este novo calibre possuía um centro deslocado, e com uma roda alternadora, que atingia a mola principal em ambos os sentidos de rotação. O módulo de corda automática foi integrada ao movimento, de forma a minimizar a espessura do relógio.
Em 1964, o Chronocinégines registra o recorde mundial de velocidade de Donald Campbell, correndo a bordo de seu veículo Bluebird II no Lago Eyre, na Austrália, atingindo 648,565 km/h.
As pesquisas da empresa se voltaram agora para a redução das dimensões do relógio de quartzo. Criou-se internamenteo projeto ultrassecreto denominado “Projeto Ampulheta”, com o objetivo de criar um relógio de pulso de quartzo. A empresa já havia conseguido reduzir o relógio de quartzo para um volume de 6,4 decímetros cúbicos e peso de 4kg. Finalmente, em 1964, a empresa apresentou um cronômetro a quartzo com mostrador analógico, com dimensões de apenas 70 x 67 x 82 milímetros, e precisão com desvio de 1 segundo em um ano.
Em 1965, a Longines apresenta o calibre 800, um movimento de quartzo eletrônico utilizados em cronômetros de bordo, superando novamente os recordes de precisão.
A incorporação à ASUAG
No ano de 1965, com a morte de Maurice Savoye, os acionistas decidiram que a empresa, então nomeada de “Compagnie des Montres Longines Francillon SA”, deveria se tornar um membro do General Watch Company GWC, que era a subsidiária de distribuição da empresa de relógios ASUAG.
Em 1967, a empresa comemorou o 100º ano de aniversário da estréia de Francillon na empresa. Neste ano, a Longines estava produzindo cerca de 150 mil relógios por ano. Neste ano, a empresa apresentou um relógio mecânico de corda automático com calibre de 11 ½-ligne – o L430 – com o objetivo de oferecer uma alternativa para os relógios de quartzo utilizados pela concorrência. O movimento deste relógio oscila a uma frequência de 36.000 vibrações por hora, garantindo maior precisão, e foi base para a coleção Ultra-Chron, lançada no mesmo ano. Este relógio seria premiado dois anos depois com o Diamond Award International, um prêmio que pode justificadamente ser comparado a um Oscar no mundo do cinema.
O calibre Ultra-Quartz e as inovações em design
Em 20 de agosto de 1969, a empresa apresentou o fruto do Projeto Ampulheta – seu primeiro relógio de pulso a quartzo fabricado em série – o calibre L6512, chamado de “Ultra-Quartz”, com frequencia de 9.350 Hz.
Em 1972, foi apresentado o primeiro relógio de pulso de quartzo com tela de cristal líquido (LCD), produzido em colaboração com a Texas Instruments Incorporated, e agraciado com o premio americano IR 100, concedido aos 100 melhores produtos tecnológicos inovadores do mundo.
Neste ano, a Longines convida o artista Serge Manzon para criar uma linha de relógios, buscando renovar a estética do relógio de pulso – o resultado são relógios baseados em fivelas de cintos, com caixas de prata de design inovador, apresentados na feira de relógio de Basel em 1973. As inovações estéticas não pararam por ai. Em 1975, a empresa lança a coleção Cleópatra, com inspiração oriental, premiado com o premio Rosa de Ouro em Baden-Baden.
Apesar de seu foco nos relógios de quartzo, o desenvolvimento dos relógios mecânicos não foi interrompido. Em 1975, a empresa desenvolveu o calibre mecânico L890, e em 1977, o calibre L990, ambos de corda automática, com dois barris colocados no mesmo nível. Este último possuia a impressionante espessura de 2,95mm, sendo entao o relógio de movimento automático mais fino do mundo.
Seguindo esta mesma linha, em 1979, a Longines apresenta um relógio de quartzo com espessura de apenas 1,98 milímetros de espessura, nomeado como Feuille d’Or (Folha de Ouro). Este relógio foi o primeiro a quebrar a barreira de 2 mm, sendo então o relógio mais fino do mundo, mostrando o forte desenvolvimento tecnológico da empresa.
Em 1981, a empresa apresenta uma nova geração de relógios, produzidos com a nova liga metálica XL*18, composta por cobalto, cromo, tungstênio e vestígios de carbono.
Tempos de crise e um novo renascimento
O ano de 1982 parecia ser muito promissor. Neste ano, a empresa ingressou no mundo da Fórmula 1, com parcerias com as equipes Ferrari, e posteriormente, Renault, tornando-se por 10 anos a empresa cronometrista oficial das corridas de Fórmula 1. Neste ano, a empresa lança uma linha de relógios feitos de outro 18 quilates e nomeada com o nome de Agassiz, originando a coleção La Grande Classique, um grande sucesso da empresa.
Contudo, o ano de 1982 também se mostrou desesperador. Neste ano, a Longines foi arrastada junto à sua empresa-mãe – ASUAG – em um turbilhão de graves acontecimentos, que quase resultaram na derrocada da relojoaria suíça. Como solução para a crise, em 1983, a empresa se funde com a SSIH (Société Suisse de L’Industrie Horlogere SA), passando a se chamar ASUAG-SSIH. Graças à ação do visionário Nicolas G. Hayek e com ajuda de vários bancos, em 1984, foi fundada a SMH (Société Suisse de Micro-Electronique et d’Horlogerie SA), atualmente denominada Swatch Group, líder mundial da relojoaria.
Em 1984, a empresa lançou o calibre de Quartzo L276, codinome VHP (“Very High Precision”), com precisão espantosa na época, apresentando desvio de apenas 1 minuto a cada 5 anos, o que equivale a 0,02 segundos ao dia.
Em 1985, a empresa torna-se a cronometrista oficial de todos os eventos de ginástica artística e rítmica organizadas pela Federação Internacional de Ginástica (IFG).
Em 1987, a empresa comemorou o 60º aniersário do vôo transatlântico de Charles A. Lindbergh. Em homenagem a esta data, a empresa lançou uma reedição do relógio Lindbergh Hour-Angle Watch, com 4/5 de seu tamanho original, e que contava com as mesmas funções do relógio original. Equipado com uma versão esqueletizada do calibre 990 – o L994, que poderia ser visualizado através de seu vidro traseiro, seguia o lema de “motto of noblesse oblige” (lema de requerimento de nobreza), e por isso, seu rotor foi trabalhado em ouro de 21 quilates. Esta jóia da relojoaria foi apresentada em Le Bourget, em Paris, em 21 de maio de 1987.
von Kanel e a Longines nos dias de hoje
Em 1988, Walter von Kanel torna-se CEO da Longines. Nascido em 1941, e morador do vilarejo de Saint-Imier desde 1945, graduou-se em administração de empresas, ingressando na Longines em 1969, tendo passado inclusive pela Longines-Wittnauer Watch Co., nos EUA. Sua carreira foi ascendente desde então. Em 1990, von Kanel tornou-se também membro da diretoria do Swatch Group.
Em 1989, a empresa lança o relógio de pulso Solar Ephemerid, uma edição limitada e numerada em homenagem ao 100º aniversário do simbolo da ampulheta alada.
Em 1990, o calibre 990 foi novamente utilizado na coleção de ouro Ernest Francillon, em homenagem a um dos pais da empresa.
Em 1991, a empresa lança o relógio 1942 Christobal C, um relógio de bússola solar, com o objetivo de homenagear o 500º de aniversário da descoberta da América por Cristóvão Colombo, que seria comemorado no ano seguinte.
Em 1992, a empresa completou seu 160º aniversário de existência, e o 125º aniversário de sua marca e logotipo. Para comemorar este ano especial, Nicolas G. Hayek, fundador e presidente do Swatch Group, e Walter von Känel, presidente da Longines, inauguraram o Museu Longines, construído junto à sede da Compagnie des Montres Longines Francillon S.A., em Saint-Imier.
Neste museu, os visitantes podem conhecer as diversas coleções lançadas pela empresa, incluindo relógios de pulso, instrumentos de navegação e cronometragem, além dos registros das inúmeras inovações nascidas na fábrica da Longines, e também, de documentos originais, como fotografias, arquivos e medalhas das diversas premiações conquistadas pela empresa. O Museu Longines foi renovado e reestruturado em 2012.
Também em 1992, a empresa desenvolveu o relógio Conquest Perpetual Calendar, que conta com um chip que elimina a necessidade de ajuste de data no final de um mês com menos de 31 dias. Este mecanismo é tão sofisticado, que garante a adequada mudança do dia 29 de fevereiro em anos bissextos.
Em 1995, a empresa verticalizou as vendas internacionais, o que permitiu melhor foco no desenvolvimento de seus relógios, e lidando de forma independente com a distribuição, venda e assistência técnica de seus relógios.
Em 1996, a empresa lança o VHP Perpetual Calendar Conquest, que une a ultraprecisão do VHP, um movimento de quarto termocompensado, com um calendário eletrônico perpétuo, com mais de 14.700 transistores, habilmente compactados em uma caixa com apenas 19,1 milímetros quadrados. Além disto, este relógio poderia ser facilmente redefinido para diferentes fusos horários e para o horário de verão.
Em 1997, a empresa lança o incrível relógio Conquest AHP, um relógio de pulso com movimento de quartzo que funciona sem uma bateria. Sua aparência é de um relógio mecânico de corda automático, porém, seu rotor é conectado a um micro-gerador que produz energia elétrica e alimenta o mecanismo de quartzo. Neste ano, foi lançada também a coleção Longines Dolce Vita, em homenagem ao inesquecível filme de Fellini. Com uma estética contemporânea, esta coleção fez muito sucesso, principalmente entre o público feminino.
Em 1999, a empresa adota o slogan Elegância é uma atitude, que marca o atual direcionamento de marketing e de produtos da empresa. Este foco está presente na coleção Longines Evidenza, cujas caixas possuem formato de barril, indicando o foco da marca por estilo.
Em 2001, o CEO da Longines, Walter von Kanel, anunciou que a empresa fabricara 30 milhões de relógios. Para comemorar este feito, a empresa lançou uma edição limitada de 990 peças – 390 relógios com caixas de ouro amarelo, com 300 caixas de ouro branco , e 300 caixas com ouro vermelho . Estas peças da mais fina relojoaria se tornaram peças de desejo entre colecionadores.
Em 2003, a empresa lançou a coleção de relógios Honor and Glory, em homenagem aos 125 anos da história da empresa em cronometragem de eventos esportivos.
Em 2005, com a retomada do interesse do público por relógios mecânicos, a empresa lança a Longines Master Collection, composta exclusivamente por relógios com movimentos mecânicos, em sua maioria automáticos. Em 2007, é lançada a Longines Master Collection Retrograde, compostos por movimento com função retrógrada, e a coleção Sport Collection Longines, com foco em esportistas, porém, mantendo a elegância. Os relógios desta coleção são divididos em quatro linhas: HydroConquest, Conquest, GrandeVitesse e Almirant.
Em 2009, a Longines lança uma coleção exclusivamente para o público feminino – a Longines PrimaLuna. Em 2010, a empresa apresenta um novo movimento mecânico “column wheel chronograph” – o L688, que integra a coleção de relógios Longines Saint-Imier Collection, lançada em 2012.
Em 2011, é lançado o modelo Longines Master Collection Retrograde Moonphase, que conta com o exclusivo movimento L707, que exibe quatro funções retrógradas (dia, data, segundo, a escala de 24 horas), as fases da lua e um indicador de dia e noite. Neste ano, a empresa formaliza uma parceria com a France Galop, integrando o nome da marca à competição realizada no Hipódromo de Chantilly – o Prix de Diane Longines.
Em 2012, a empresa lança a coleção Longines Saint-Imier, uma homenagem à cidade natal da Longines, e que ainda sedia sua fábrica. Nesta coleção, podem ser encontrados os mais prestigiados calibres mecânicos da marca. Neste mesmo ano, é lançado o calibre L788, um “column wheel chronograph”, que permite o controle de início, parada e “reset” somente pressionando-se a peça única que integra a coroa do relógio. Este movimento é baseado no primeiro movimento para relógio de pulso desenvolvido pela Longines, em 1913 – o calibre 13.33Z. O relógio para pilotos Longines Avigation Watch Tipe A-7, inspirado em modelos da década de 1930, utiliza este movimento.
E com isso, a história desta incrível relojoaria nascida em Saint Imier prossegue, trazendo inovações, beleza e tradição à indústria relojoeira atual. Sem dúvida, Agassiz e Francillon se orgulhariam dos destinos de sua empresa.